Com o apoio dos proprietários, da comunidade, de pesquisadores, técnicos e entidades locais e estaduais, este projeto tem como objetivo o Restauro e Uso Público do Casarão. Contemplado pelos Editais Elisabete Anderle 2021 e 2022, está em curso uma série de ações emergenciais, baseadas no Diagnóstico do Estado de Conservação do Sobrado [clique aqui para ler uma síntese], realizado com o prêmio de 2022. Em paralelo, seguimos buscando recursos para manter o projeto ativo.
Conheça mais sobre o Casarão:
O Casarão da Dona Lóquinha ao centro, a Lagoa da Conceição abaixo à direita e o Refúgio de Vida Silvestre Municipal Meiembipe acima.
O sobrado de estilo colonial luso-brasileiro foi construído por pessoas escravizadas em meados de 1780. É um exemplar único na Ilha de Santa Catarina, um patrimônio reconhecido não somente pela centenária comunidade tradicional da Costa da Lagoa, como também por toda cidade. Em 1985, o Sephan/Ipuf realizou um Inventário de reconhecimento do Patrimônio Histórico, Artístico e Natural no Caminho da Costa da Lagoa e seu entorno, incluindo edificações, como o Sobrado. Esse Inventário deu origem ao tombamento do Caminho pelo Decreto Municipal 247/1986. Em 2021, foi criado o Refúgio de Vida Silvestre Municipal Meiembipe (Decreto Municipal 23.324/2021), que passa cerca de 60m atrás da edificação. Em junho de 2022, pedimos o tombamento estadual do Casarão.
As últimas moradoras do Casarão foram a própria Dona Lóquinha, acompanhada de Maria de Jesus, mulher negra e descendente de pessoas escravizadas.
Elas eram conhecidas pela simpatia com que esperavam as visitas com um café quentinho. Café colhido dos fundos de casa, no grande quintal e roça, que se estendia por todo morro. O engenho de farinha do seu Cassimiro, marido de Dona Lóquinha, ficava logo em frente, à beira da lagoa. Após a morte dele, as duas senhoras seguiram na residência até 1991, quando Dona Lóquinha morreu.
O valor inestimável deste casarão e seu entorno, tanto para a comunidade da Costa da Lagoa como para o Estado de Santa Catarina, motivou um pequeno grupo de profissionais da área da Preservação do Patrimônio Cultural a se unirem, virtualmente durante a pandemia, para propor ações em direção à Restauração deste imóvel. Tomou-se como base, a pesquisa de graduação da museóloga e moradora da Costa da Lagoa, Sônia Marisa Melim Rocha, onde se comprova o reconhecimento do patrimônio pela comunidade. Junto com Suzana de Souza e Fernanda do Canto, contando com apoio da ONG Costa Legal e da Cooperbarco, nasceu o projeto Viva o Sobrado! Casarão da Dona Lóquinha.
Prêmio Edital Elisabete Anderle de Incentivo à Cultura · edição 2021
Com este Prêmio, iniciou-se a primeira ação emergencial no Casarão, entregando como produto principal o Diagnóstico do estado de conservação, base para as próximas ações e para o projeto de Restauração e adequação do Sobrado para fins comunitários culturais. Como segundo produto, a Tombô entregou um Produto Audiovisual, um vídeo documentário de todo o processo, com duração de 1 hora. Ambos produtos foram apresentados em setembro de 2022 para a comunidade da Costa da Lagoa. Uma exibição no Cinema do CIC está sendo marcada para 2023.
Trailer do vídeo documentário “O Diagnóstico”:
Imagens do primeiro ano de projeto:
Prêmio Edital Elisabete Anderle de Incentivo à Cultura · edição 2022
Em 2023, demos seguimento às ações emergenciais para estabilização e conservação do telhado (fachadas Leste e Norte), seguindo as orientações do Diagnóstico do Estado de Conservação do Sobrado, realizado com o primeiro prêmio.
Neste ano, além das ações previstas, nossa contrapartida social é a produção de videoaulas sobre carpintaria e argamassa tradicional, apresentadas pelo arquiteto restaurador Marcos Borges. Para aproveitar ao máximo esses conhecimentos, as videoaulas serão exibidas num evento presencial para a comunidade da Costa da Lagoa e também poderão ser acessadas aqui, no site da Tombô Produções, e nas redes sociais do projeto.